Educação Moral Religiosa e Católica

Educação Moral Religiosa e Católica

Nome do livro: "Desafios 7º ano"
Nome do professor: Jaime T
Apoio na internet: http://www.emrcdigital.com/

O nosso grupo de EMRC é composta por 4 turmas: 7ºE 7ºF 7ºH 7ºG.

Unidades do livro:

I- No principio...
II- As religiões Abraãmicas
III- A adolescência e os afectos
IV- Construir a paz

I- No Princípio...

Origem da Vida

    A vida encontra-se em todos os recantos do nosso planeta, desde o fundo do mar, mesmo longe do alcance da luz do dia, até ao topo da montanha mais alta.
    Mas como surgiu a vida?
    Os cientista pensam que as primeiras formas de existência vital apareceram devido a uma série de reacções químicas que ocorreram há 4 000 000 000 de anos. Estas rações químicas deram origem a organismos muito simples e depois evoluíram e se tornaram complexos  e diferentes, originando todas a as espécies que encontramos no nosso planeta, incluindo a espécie humana.

A Origem da Humanidade

   Todas as criaturas que vivem na Terra estão ligadas entre si por laços de parentesco mais ou menos estreitos, visto que partilham a descendência comum dos organismos que vivem há 4 000 000 000 de anos. Mas, ao longo da evolução, esses organismo foram-se influenciando e dando origem a espécies diversas. No processo de diferenciação, só os indivíduos que tinha características mais vantajosas é que sobreviviam, os que tinham dificuldades em adaptar-se ao meio ambiente eram sucumbidos ( selecção natural ). A evolução acontece, portanto, através dos processos de diferenciação e de selecção natural.
    A espécie humana apareceu há 5 000 000 de anos, segundo os paleontologistas.


Teorias da Origem do Universo

O que são cosmogonias???

Cosmogonias são explicações da formação do mundo, são constituídas por mitos, lendas e entidades fantásticas (deuses, semi-deuses e heróis).
Cosmogonia Chinesa

   " No início do tempo, tudo era caos, e este caos tinha forma du um ovo de galinha. Dentro do ovo estava Yin e Yang, as duas forças opostas que compõem o Universo. Um dia a as energias em conflito dentro do ovo quebraram-no. Os elementos mais pesados desceram e formaram a Terra, e os mais leves flutuaram e formaram o Céu. E entre o Céu e a Terra estava P'an-Ku, o primeiro ser que, depois, deu origem ao Homem."

Cosmogonia Egípcia

    "Segundo o mito da criação de Heliopólis, no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de lodo chamada Ben-Ben levantou-se dessas águas, tendo no topo Atum, o primeiro Deus. De Atum surgiram todos os deuses - incluindo os faraós."


       Narrativas da criação

    As narrativas da criação, embora do género literário mítico, rompem com alguns aspectos da mitologia e, quando iniciamos as sua leitura, fazemos uma descoberta surpreendente: o primeiro homem não é judeu.  bíblia distância-se de numerosos mitos das origens que vêem no primeiro homem o antepassado da sua tribo. Adão não é judeu nem um homem individual, é uma humanidade inteira. A sua história não é a de uma pessoa nem de um povo particular, mas a grande história da humanidade.
    O livro do Génisis não é um livro de história, nem um livro de ciências é uma afirmação de fé em Deus: Deus está na origem da criação e do bem. O mal aparece quando o ser humano, porque livre, toma a decisão de escolher o caminho do orgulho e do egoísmo, constituindo para si a sua própria.
    Os crescentes atentados contra a natureza são a negação do dever grave
    Nos textos da criação, o ambiente natural brotou da vontade benevolente de Deus, e o ser humano recebe a missão de cuidar deste ambiente.   
de as pessoas e as sociedades preservarem o ambiente e assumirem comportamentos verdadeiramente ecológicos.

Criação e Vida


    A Bíblia não tem a pretensão de responder ao "Quando?", "Como?" e "Onde?" ( campo de ciências ), mas procura apenas responder ás questões sobre o sentido do Universo e da vida.
    Deus é sempre e exclusivamente o autor de tudo o que existe e do que tem a vida. O tema da criação não se refere apenas ao acto criador ( luz, plantas, animais, ser humano ), mas também e, sobretudo, ao projecto da  vida que Deus oferece e quer construir uma humanidade. Neste projecto, Deus é a resposta a toda a existência: enquanto criaturas vivemos de Deus, com ele  e para ele caminhamos.


                                         
                                        - Criação do homem, por Miguel Ângelo

A relação é fundamental na dinâmica da criação; o mundo deve ser a existência a um outro. A criação bíblica afirma esta ligação originária das criaturas ao Criador. Entendida a criação neste sentido religioso (re-ligare), ela é a boa notícia que diz que tudo quanto existe, existe por amor. Só o amor chama à existência a certeza de que toda a vida, cada vida, tem um sentido.


Linguagem das imagens
O ser humano utiliza uma linguagem carregada de metáforas e de imagens. As imagens, para além de terem um valor estético, servem para ajudar a entender realidades que não cabem num discurso descritivo ou explicativo. A Bíblia, nomeadamente no seu primeiro livro, também utiliza imagens: a argila, a árvore da vida, a serpente…
Muitas destas imagens eram utilizadas por outros povos. Através desta forma poética da falar e de escrever, os escritores bíblicos procuram que o leitor se aproxime de Deus e descubra que ele está presente e vive na história. Para o povo de Israel, a criação é a intervenção de Deus na construção do universo e da história humana. É ele que traz a paz e a harmonia, a luz e a bondade. Faz surgir e faz viver e,por isso, toda a criação é boa, porque Deus é bom e faz-nos participantes da sua bondade.

 
O ser humano, porque ser pensante, quer saber sempre mais, e perante as respostas da ciência pergunta: Será que o Universo e o ser humano surgiram simplesmente por acaso? Tudo o que existe tem algum sentido ou, pelo contrário, tudo é o resultado de um processo casual ou mesmo absurdo? Toda a história da evolução está direccionada para um fim, ou tudo se perde no nada para sempre?
Desde sempre, cada pessoa, cada povo e cada cultura levantam as questões fundamentais que estruturam a existência humana: Quem sou? Para onde vou? Porque existe o mal? Donde venho? O que há para alem da morte?
Estas questões e as respostas de sentido encontram-se em todas as esculturas e nos escritos sagrados de todas as religiões. Aparecem, de uma forma poética e simbólica, na cultura e na literatura do povo de Israel.


A experiência do povo de Israel
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Os israelitas – também conhecidos por hebreus ou judeus –, como os outros povos, interrogaram-se sobre o sentido da existência e qual a sua missão no conjunto das outras nações. Ao longo da sua história, que, de acordo com o retrato bíblico, começa com Abraão (por volta de 1850 a.C.), o povo judeu apesar de sofrimentos, perseguições e escravidão, sempre experimentou a presença amiga e libertadora de Deus. Este povo compreendeu que Deus actua com amor na vida de todos e de cada um, para que todos vivam livres e felizes.


Libertação do povo do Egipto

            O povo de Israel faz a experiência significativa da presença de Deus na sua história como libertador e salvador. Isso acontece no século XIII a.C. quando os israelitas eram escravizados pelos faraós do Egipto. Um povo de escravos que se consegue libertar do poder imenso do grande faraó Ramsés II? Parece quase impossível! O povo, libertado por Moisés, consegue sair do Egipto e caminhar em direcção à liberdade na Terra Prometida, na Palestina. Esta vitória é atribuída à presença de Deus que ama, une e liberta o povo.
            Através desta proximidade com Deus, Israel vais descobrindo que tudo o que existe à sua volta é uma dádiva de Deus: as pessoas, os animais, as flores, as estrelas… ou seja, o Deus que ama, que salva e que liberta é o mesmo Deus que cria e que dá vida. O Deus Libertador é também o Criador.


Da vida ao texto

            Quando o povo de Israel escreve a sua história, narra os grandes acontecimentos e os grandes feitos, mas sente também a necessidade de expressar a sua fé num Deus que tudo criou e que está na origem de toda a vida.
            Os hebreus, como crentes, faziam quotidianamente a experiência de encontro com Deus. Essas experiências foram registadas por escrito. Através de uma linguagem muito simbólica, segundo a mentalidade da época. Ao mesmo tempo foram sendo produzidas narrativas poéticas com intenção de exprimir a fé de Israel segundo a qual tudo o que existe provém de Deus; ele é a origem do Universo e do Homem e tudo o que existe tem uma finalidade, corresponde a um projecto pensado por Deus: um projecto de felicidade para todos.
            Os autores das narrativas da Criação, contudo, não sabiam como é que o ser humano tinha aparecido, nem tão pouco tinham os conhecimentos científicos e cosmológicos que hoje estão ao nosso alcance. Mas uma coisa lhes era sobejamente conhecida: as pessoas provinham da matéria comum a todas as outras coisas da natureza. Assim se chegou à tão expressiva imagem do homem formado «da terra» (do barro) no qual Deus «infundiu» o sopro da vida.


Textos sagrados sobre as origens

Uma leitura dos textos bíblicos da criação não pode ser feita superficialmente. É preciso distinguir o significado literal do significado simbólico das frases e textos, de acordo com o género literário em que foram escritos.
Por exemplo, quando alguém apaixonado chama à namorada “ O Sol da minha vida “ não quer evidentemente identificar aquela pessoa com a estrela do mesmo nome; quer, usando uma bela metáfora, transmitir a ideia de que tal como o Sol emite luz e essa luz é essencial à vida das pessoas, assim a amada ilumina a sua vida (dá-lhe alegria, orienta o seu caminho, dá-lhe sentido) e é essencial à sua vida pessoal. As palavras dizem muito mais que o seu sentido denotativo, assumem outros sentidos chamados conotativos. Também a história de Adão e Eva deve ser lida a partir dos significados reais das frases, dados através de metáforas, comparações e outros recursos estilísticos, porque se trata de um texto com forte carga simbólica (quase como um romance ou um conto). Só assim percebemos o seu significado.


Como ler a Bíblia

A leitura da Bíblia pode fazer-se em diversos níveis de profundidade, de que resultarão incompreensões diversas:

1) O leitor desprevenido, ao ler os livros da Bíblia como quais quer outros pode achá-los interessantes, mas tão longe da sua realidade que acaba por pouco ou nada entender a leitura efectuada.

2) O leitor erudito, sobretudo o especialista em história e literaturas antigas, fará uma leitura de grande interesse científico, conseguindo situar o que leu no seu contexto histórico e cultural, mas não entra o verdadeiro segredo dos textos sagrados.

3) O leitor crente e esclarecido, pelo contrário, lê o texto a partir da sua intenção primordial: transformar o leitor, levando-o a estabelecer uma relação com Deus, que será duradoura.